domingo, 5 de novembro de 2017

Thriller de primavera





Era novembro e o sol estava jóia para uma praia, pegar um bronzeado e dar uns beijos nela. Mas algo saiu inesperado. Amanheceu, era perceptível pela fresta daquilo que parecia ser uma porta. Onde estava e a que silêncio no universo ele pertencia neste momento, não sabia. Os olhos ainda com remela, pouco conseguia abrir, parecia ter chorado e as lágrimas terem fechado a única luz no final do túnel. Onde estaria Gabrielle? 

-

Pela luz e céu azul, ela pôde sentir o calor que já lhe esperava no decorrer do dia. Por alegria e êxtase da noite passada, ainda se remexia na cama, pensando nele. Correu para o banheiro, fez xixi, tomou uma ducha gelada enquanto seus cabelos molhados lhe escorriam pelas costas junto à água. Esqueceu por alguns segundos do mundo. A cor viva daquele dia lhe recheava os ânimos e o banho frio, despertava a coragem pelo que viria. Pegou uma de suas camisas em cima da mesa, vestiu a calça, mochila e, minutos depois, descia na parada.

O parque da cidade reluzia do outro lado, e por entre as copas de árvores era perceptível os raios de sol, sua colonia de lavanda lembrava infância, e apesar de estar no colegial, usava como se fosse casualidade de um hábito de apenas 16 anos.

Os passos largos e desvios confusos, se intensificavam a cada lembrança de encontrá-lo. Gabrielle chegou na instituição seguiu para um bloco afastado, e o ventinho fresco veio em sua face, flores e cores seus olhos e corpo sentiam.

-

Como viera parar aqui? Que diabos de tantas perguntas, Patrick queria respostas, teria abusado na noite passada com os colegas e, se pegou numa brincadeira? A verdade é que não lembrava, se quer sabia ou ideia tinha. Seja lá o que tivesse acontecido, as coisas não eram para fazer sentido, aquilo tudo ultrapassara os limites do barato por qualquer que tenha sido o motivo.

Até que,

Sons do que parecia ser um corredor, tilitam em seus ouvidos, se aproximam mais e, o estalo, um trinco destrincado, e maçaneta levemente girada. 

O alívio, a brincadeira acabada por ali. 

Enganada solução.

-

- Gabrielle, você fez isso?! - incredulidade e surpresa.

Silêncio.

 Frescor e cores por uma fresta de luz a desenhar silhueta de uma brincadeira abafada a um quarto.

-

- Pensei que você curtisse suspenses de primavera.

Sinto




Tudo aquilo que eu sinto, mas não digo...
Sinto na memória a brisa fresca do mar e o pisar na areia,
Me sinto dentro de histórias que não são minhas.
Me sinto em palavras.
Sinto minha fraqueza em ondas que me levam e chacoalham minha cabeça
Não lhe digo, mas sinto medos, muitos medos de variadas formas.
Sinto prazer e choro, mas não é preciso dizer.
Sinto muito e deixo de sentir.
Sinto o apertar na garganta quando brigo com quem eu amo.
Sinto o universo ao olhar as estrelas em madrugadas escuras.
Sinto medo do futuro e do escuro.
Sinto-me completa com ele dentro de mim.
Sinto-me nas nuvens com um sentimento assim.
Mas sinto coragem, sinto a fortaleza, sinto a raça, sinto a paixão.
Sinto-me guerreira. Sinto-me forte.
Sinto medo da perda, de mim, deles. 
Sinto alegrias que ficam em silêncio, sinto paz e êxtase que em minha’lma se eleva.

Sinto as flores e seus perfumes e me encanto com o mundo.

Sinto tanto mas o tanto que uma vida 
não seria o suficiente para tanto sentir dentro de mim.

Entrega de uma alma

Entre o visto e o não visto Entre o digo e o não digo Entre o sentido e o não sentido Sei que Estás em tudo Desde que mundo é mundo Desde o ...