Júlia foi uma menina doce e hoje em dia é uma linda mulher dócil. Quando menina suas principais distrações eram a leitura e a escrita, preenchia de si cuidadosa e com capricho tanto os cadernos de caligrafia como suas redações escolares e pessoais divagações sobre a vida. Aos dezesseis anos resolveu expor seus sentimentos através das palavras, escrevia sobre seus sonhos, suas dores e seus amores.
Nada que já não o fizesse, porém agora, não importava se era escondido que iriam ler ou se era de cara limpa. Ela se dera essa oportunidade de mostrar-se aos outros. Falar não fazia muito seu estilo, não existia em seu mundo a beleza das palavras ditas. Somente as escritas e lidas. Foi assim que começaram os primeiros textos, as primeiras confissões e os primeiros passos.
Júlia foi crescendo e seus textos metamorfosearam, alguns temas mudaram, o tamanho aumentou e a frequência diminuiu. Apaixonou-se algumas vezes no decorrer dos anos, decepcionou e foi decepcionada, sonhou sonhos e realizou, continua a sonhar, em menor grau? Não sei se em menor grau, não consegui decifrar ainda as entrelinhas dos seus pensamentos, contudo, sei que seus sonhos se aprimoraram. Em vez de querer ter uma casinha de boneca e se distrair brincando de trabalhar, Júlia sonha com uma casinha e bonequinha de verdades, porém mais do que isso, Júlia lapida sua profissão a cada dia. E não se cansa, afinal ela sabe, realizar é melhor do que sonhar, sua bonequinha e casinha virão, no momento certo, ela sabe.
Numa de suas fases da juventude, Júlia conhecera um rapaz, planejou duas vidas numa só, embelezou o pavão já enfeitado e viveu o carnaval já armado. Num outro momento, conhecera um outro rapaz, com este não tez planos, o show estava preparado, poupando o trabalho de Júlia como protagonista do espetáculo circense. Alegria insubstituível foi quando Júlia encontrou o amor maior, seu somente, o próprio.
Júlia minha boneca, minha querida!
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